MDB independente garante CPI histórica
Ao adotar postura independente e crítica ao governo, o MDB incentivou a bancada do partido no Senado a ter papel fundamental na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid. Tem sido unânime a avaliação da opinião pública de que a comissão apresentou excelentes resultados, a ponto de ser classificada como uma “CPI histórica”.
Em qualquer CPI, a escolha do relator é fator decisivo para o resultado dos trabalhos. Maior bancada no Senado, coube ao MDB o direito de escolha do nome. Líder da bancada emedebista, Eduardo Braga (AM) não aceitou as pressões do governo e indicou o senador Renan Calheiros (AL) como relator.
Parlamentar com larga experiência, Renan assumiu a relatoria e adotou uma postura eminentemente técnica, afastando-se, por exemplo, das discussões sobre o quadro eleitoral em 2022. Contudo, não deixou sem resposta ataques dos parlamentares da base de apoio ao presidente Bolsonaro.
Com postura equilibrada, Eduardo Braga também integrou a CPI como segundo membro titular do MDB. Sem espaço nas vagas da bancada emedebista, o senador Fernando Bezerra (PE) foi indicado membro da CPI em uma das cadeiras do Progressistas, partido da base do governo.
Além de Braga e Renan, o MDB contou ainda com a presença de Simone Tebet (MS) na CPI. Ela foi indicada pela bancada feminina, e teve um papel fundamental. Destacou-se, especialmente, na coleta de depoimentos cruciais, como o do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que trouxe revelações sobre a compra de vacinas.
Mesmo quando foi seguidas vezes atacada durante as audiências da CPI, Simone não recuou e manteve sua postura combativa e técnica. Seu trabalho foi tão elogiada que o nome dela passou a figurar como pré-candidata ao Planalto, algo que já vinha sendo cogitado internamente por lideranças e militantes do MDB.
A mais recente edição do MDB Cast, intitulada os “Resultados da CPI”, aborda o trabalho feito pelos senadores emedebistas na Comissão. Ouça aqui o programa e confira as principais declarações de Renan, Braga e Simone.
O MDB independente surgiu a partir da Convenção de 2019, quando, de forma unânime, o Diretório Nacional do MDB optou por não integrar a base do atual governo. A postura de independência se viu também nas candidaturas de Baleia Rossi e Simone Tebet às presidências da Câmara e do Senado, respectivamente. Os dois concorreram contra candidatos do Planalto.
Em julho deste ano, diante de especulações na imprensa de que um emedebista entraria para ministério, o MDB Nacional divulgou nota afirmando que quem aceitasse cargo de ministro no atual governo seria convidado a deixar a sigla.
O MDB independente manteve críticas ao governo, sobretudo quando autoridades tiveram posturas anti-democráticas. Ao mesmo tempo, as bancadas não deixaram de votar projetos necessários ao combate à pandemia e à recuperação econômica.